Quando o propósito de vida move você a voar alto e conquistar outros horizontes. Letícia Stefanello destaca-se no Campeonato Nacional italiano A2 de futsal.
Futebol, é coisa de menino. Vai brincar com coisas de menina! Será? Quantas vezes as crianças são reprimidas e deixam de buscar seus sonhos e paixões por que velhos padrões foram impostos a elas desde pequena, convidamos você a refletir sobre a quebra de paradigmas enquanto apresentamos a jogadora Letícia Stefanello, da cidade de Seberi que hoje conquista a Itália com seu belo futebol. Assim como muitas meninas que são apaixonadas pelo futebol, no caso de Letícia futsal, ela sofreu preconceitos, por ser mulher, por amar uma profissão que é dita masculina, mas o que poucos sabem é que os sonhos devem ser vividos intensamente, mesmo que dentro de si mesmo, e que o primeiro passo para realiza-los é acreditar, o segundo lutar.
“Por várias vezes ouvi que isso não era vida para mim, não iria dar certo e que precisava focar em outra profissão. Mas isso nunca me intimidou a parar de sonhar. Eu nasci com esse amor pelo futsal, desde criança minha brincadeira preferida era jogar bola, seja no pátio da casa da minha mãe ou no ginásio perto da minha casa em Seberi, e se não tinha meninas jogava com os meninos, não importava quem eram meus colegas e adversários, só queria estar jogando. Sempre fui muito esportiva, gosto de praticar todos os esportes, mas o que tem meu coração e minhas melhores histórias é o futsal” - conta alegre a atleta.
Letícia que atualmente é jogadora do Frosinone Futsal Feminille, na Itália, joga pelo campeonato nacional Italiano A2. A jovem que atuava pelo Cometa Rodeio Futsal, era reserva do time, e recebeu a proposta após sua agenciadora Monacita, assisti-la por uma transmissão via facebook - “No jogo que Monacita me viu, eu joguei a penas por dois minutos, mas foram o bastante para eu dar o meu melhor, e ela observou minhas características de jogo, me disse que times aqui na Itália precisavam de jogadoras assim, entrou em contato comigo e me perguntou se eu queria jogar fora do país, minha resposta foi “Lógico que Sim’, logo após começamos o processo de documentação para eu vir para cá.” - Lembra a atleta.
Destaque do Campeonato
Letícia não se limitou a jogar somente, ela buscou mais e mais, e no último mês foi agraciada como destaque do campeonato, o que caracteriza não só como sua profissão e propósito de vida andam juntos, mas acima de tudo como ela lutou e batalhou para estar lá, para ser reconhecida e aliar sua paixão com a profissão. Formada em Educação Física Bacharelado pela Uri campus de Frederico Westphalen, ela atuava na área em uma academia de Seberi por quase dois anos, focada em desenvolver um trabalho profissional ela nunca abandou o sonho de ser jogadora. Com muita persistência e dedicação, ela suportou as críticas, falta de apoio e a discriminação.
“Sempre mantive esse sonho "aceso" dentro de mim. Sou uma pessoa otimista e não desisto fácil do que quero, com o futsal não foi diferente, sabia o que poderia enfrentar, sabia que poderia demorar para esse momento chegar, porém nunca deixei de acreditar, persistir e sonhar. Sonhar muito inclusive”.
E graças a essa busca pela realização de seu sonho hoje ela é uma inspiração para outras meninas, que assim como Letícia enfrentam o preconceito ou falta de apoio.
A mudança, dolorida e reconstrutiva
Por mais que um sonho estava a ser realizado, a mudança para um país diferente, outra língua a milhares de quilômetros da família e amigos é complicada, a adaptação a uma nova língua, cultura e a distância exigiram muito da atleta que buscou novamente força em seu sonho para seguir em frente e ir conquistando todos os dias seu espaço. “Estar longe de quem mais amo é o que mais dói todos os dias. É difícil saber que não terá aquele almoço de domingo em família, encontro com as amigas, abraço aconchegante da mãe, pai e a da minha irmã. Passar datas importantes como Natal e Ano Novo longe. Saber que por um bom tempo não terá a comida boa da mãe. É difícil, porém é necessário pois eu escolhi essa vida, tento enfrentar com calma e mantendo o máximo de contato possível, e por mais que a saudade e as lagrimas por vezes caiam, mantenho-me firme em meu ideal e objetivo.
Mas, todas essas dificuldades a tornaram mais forte, hoje Letícia comemora suas conquistas e faz planos de onde deseja chegar e como irá alcançar seus novos passos.
“Se puder dar um conselho as meninas que gostam de futebol, eu digo: Sonhem, sonhem alto e nunca desistam. Treinem, treinem muito, pontos fracos e fortes. Não se deixem abater por dificuldades que possam surgir. Em campo deem o melhor em cada segundo, seja se entrar por dois minutos faça esses dois minutos valerem a pena. Isso aconteceu comigo. Não deixem de acreditar, de persistir, de correr atrás e, quando uma oportunidade surgir abrace-a, se der certo ótimo e se não, ótimo também, servirá de aprendizado. Continuem sempre acreditando e lutando”.
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