Bioquímica e empresária, Eliana Mendes Tagliari apaixonada por viajar de motocicleta, mostra que não existem barreiras para sonhar e ser feliz
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Tão charmosa e aventureira quanto Penélope, do desenho “Corrida Maluca”, só que com sua motocicleta, a frederiquense Eliana Mendes Tagliari deixou a insegurança de lado, espantou o medo e, de caroneira, passou a piloto não só da sua Heritage Harley-Davidson, mas também, dos seus sonhos e vontades.
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Onde tudo começou
A paixão de Eliana por motos vem desde os tempos de faculdade, em 1978 – ela é bioquímica e empresária no ramo de madeiras – quando, junto de seu outro amor, o marido Dimas, montados em uma CG 125, foram até Porto Alegre para uma especialização. Porém, durante a viagem, o veículo foi roubado, depois, vieram as filhas e a motocicleta acabou ficando em segundo plano, até 2010, quando foi comprada uma Suzuki Marauder, usada para várias viagens regionais. Dois anos depois, em 2012, o casal adquiriu uma Electra Harley-Davidson, período em que iniciaram-se longas viagens.
Um divisor de águas
Até então, Eliana ia na carona de Dimas, mas essa história ainda teria uma reviravolta, quando a bioquímica decidiu ser protagonista e se aventurar como piloto. Para tornar isso possível, precisava ter sua própria moto.
“Em 2013 compramos a minha primeira moto, uma Heritage Harley- Davidson, quando deixei de ser carona e comecei a pilotar. A escolha desse modelo foi pela altura dela e por ser uma custom, própria para longas viagens”, explicou Eliana.
Ela também fez uma confissão, se sentia um tanto quanto frustrada na carona, queria mesmo era pilotar e encarou o desafio com uma moto de 350 kg.
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Aventura imperdível
Inúmeros foram os roteiros, paisagens e lugares que a motociclista já conheceu em seus passeios pelo Uruguai, Argentina, Chile, Paraguai e Bolívia.
“Viajar é sempre uma aventura, mas a maior foi o retorno do Chile, pelo Paso de Jama, que fica entre San Pedro de Atacama (Chile) e Purmamarca (Argentina), onde enfrentamos altitude de 4200m e frio de -4°C, com paisagens lunares. Estivemos na Bolívia, no Salar de Uyuni, em 2014, também uma aventura imperdível, onde passamos por Potosí, uma cidade com 3.090m de altitude”, relembrou.
Outros lugares maravilhosos que Eliana também conheceu foram Puerto Madryn, El Calafate, Bariloche, Comodoro Rivadavia, na Argentina, e Ilha de Chiloé e Antofagasta, no Chile.
“Moto é uma paixão, assim como outros esportes. As viagens de moto têm um diferencial: todos os dias têm trajetos diferentes, paisagens, frio, calor, vento, chuva e a gente sempre interage com o ambiente”, comentou ela.
A última jornada feita em março deste ano durou 26 dias, com 9.000 km percorridos entre Uruguai, Argentina e Chile. Ainda em 2019, os planos são realizar várias viagens curtas pelo Brasil e, para 2020, os planos são ir até Ushuaia.
“As pessoas devem perder o preconceito e a timidez por atividades que são preponderantes aos homens e se arriscar, e vencer, não importando a idade, desde que se sintam capazes”, finalizou Eliana.
Ainda como conselho, ela é clara “uma boa dose de academia vai bem”. E, assim, aos 63 anos, a protagonista desta reportagem, que é bioquímica, empresária e motociclista, nos ensina que os sonhos nem sempre tem asas, as vezes eles “voam” sob duas rodas.
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