Quando a amamentação se torna mais difícil e enfrenta barreiras o que fazer?
Quando um bebe nasce, nasce também um mundo novo em volta daqueles que irão conviver com esse serzinho lindo, mãe, pai. Em algumas situações tudo segue normal a mãe amamenta, ou da formula e o bebe se desenvolve tranquilamente, mas há casos que a vida fica um pouco mais difícil e muitas adaptações precisam ser feitas. Nossa coluna desta edição vai falar um pouco sobre a alergia a proteína do leite, uma situações que ocorre em muitas famílias e que precisam de uma atenção e compreensão por parte de toda família em especial a rede de apoio da MÃE. Conversamos com o Pediatra Gilson Damo e ele nos explicou de uma forma bem simples o que é cada uma dessas situações. A Alergia alimentar é uma reação do organismo que podem ser toxicas ou não tóxicas. A alergia a proteína do leite de vaca (APLV) é uma reação imunológica às proteínas do leite de vaca. Estudos recentes demonstram uma incidência que varia de 2 a 6% com maior prevalência no 1º ano de vida. Aproximadamente 50% das crianças melhoram de forma espontânea ao completarem uma no e 80 a 90% até o 5º ano de vida.
A APLV pode ocorrer inclusive em crianças com aleitamento materno exclusivo, porém a incidência neste grupo é baixa, 0,5%.
Segundo o dr. Gilson a alergia alimentar é em geral uma reação adversa à proteína do alimento e envolve mecanismos imunológicos. Podem ser: Mediadas pela imunoglobulina E ( IgE ) ou imediata, sintomas ocorrem de minutos até 2 horas após a ingestão do leite de vaca. Não mediadas pela imunoglobulina E ( IgE ) ou tardia, sintomas surgem horas após a ingestão. Mistas , grupo que tem características de ambos, imediata e tardia.
Seus sintomas são sentidos por manifestações gastrointestinais como Vômitos ou regurgitação, cólicas, diarreia com ou sem sangue. Manifestações cutâneas, Dermatite; Urticária, Angioedema, ou ainda manifestações respiratórias broncoespasmo (asma), rinite, tosse seca, anafilaxia – sendo está a forma mais grave da APLV.
DIAGNÓSTICO DA APLV
Primeiramente deverá haver suspeita clínica de APLV. O diagnóstico será fundamentado com base em:
1. História clínica, verificando sintomas presentes, histórico familiar de alergia e exame físico da criança;
2. Dieta de restrição: retira-se PLV da dieta da criança ou da mãe em caso de aleitamento exclusivo.
3. Exames laboratoriais.
4. Teste de provocação oral: após período de restrição, de PLV, em geral de 2 a 4 semanas, se faz a reintrodução. Este teste não deverá ser aplicado se houver histórico reações graves como anafilaxia ou reação alérgica importante.
CUIDADOS APÓS O DIAGNÓSTICO
O bebê passa a utilizar formulas alimentares com proteínas extensamente hidrolisadas ou fórmulas de aminoácidos.
Caso a APLV ocorra durante o aleitamento materno exclusivo, a mãe não deverá fazer o uso de Leite ou derivados, excluindo totalmente tais itens da sua deita alimentar
Segundo mamães que passaram por essa situação os bebês que tem APLV sofrem muito com cólicas, refluxo e choro intenso provocados pela dor. Por não se ter um exame que detecte essa alergia o diagnóstico é um pouco demorado e geralmente é feito por teste de exclusão e analise dos sintomas, o que prolonga muito a angustia dos pais. De acordo com a mamãe Josinéia Coradini o diagnóstico foi demorado e provocou uma angustia, agora é adaptar a nova rotina e continuar a amamentar e dar muito amor a pequena.
Há um leite especial no mercado para as crianças que são detectadas com a APLV, no entanto seu custo é elevado e o gosto não muito atrativo, mas é uma alternativa que facilita a vida das mamães. Já aquelas mamães que querem continuar com o aleitamento materno exclusivo sofrem um pouco mais, pois é elas que tem que passar pela dieta de exclusão de quais queres alimentos que tenham proteína do leite ou até mesmo de soja.
Outra dificuldade relatada pelas mamães é que a adaptação é complicada, você demora a aceitar que não pode consumir nada que contenha proteína de leite de vaca, sendo que a maioria dos produtos que há no mercado tem leite, a adaptação aso novos produtos e a exclusão total geram incertezas e dúvidas. Segundo a mamãe Denise Stormovski que tem sua bebe detectada com APLV: “ Tem momentos que você pensa em desistir, é difícil porque o bebê chora muito e só quer colo e nada resolve, ela só se acalmava no peito, eu persisti e insisti. E para as mamães que pensam em desistir não façam, porque muitas dificuldades vêm, e por mais que a adaptação de não comer nada que provoque alergia, comidas normais do seu dia a dia seja complicada, você se adapta. Amamentar é um ato de amor muito prazeroso, eu pretendo continuar até o momento que puder.
Nossa dica é que a mamães que estão suspeitando que seus bebês tenham alguma alergia procure o pediatra, converse com ele, busque informações e não desistam pois amamentar é algo maravilho e uma conexão que você forma com seu bebê única e mágica.
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