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A MATERNIDADE NA ESPIRITUALIDADE

Foto do escritor: Luara Krasnievicz DominskLuara Krasnievicz Dominsk

Por Débora Dalegrave

Chegamos ao final de mais um ano.. ano esse repleto de desafios, descobertas e superações; um ano também regado pelo medo, insegurança, mas que em contra partida nos devolveu o nosso olhar para o essencial de nossas vidas, o nosso combustível diário...a nossa fé. E assim, hoje quero trazer as reflexões da maternidade sob viés da espiritualidade, e aqui não irei falar de religião, mas de um sentido de conexão com algo maior que si próprio.

Ao viver a maternidade real, a sua essência é desenvolver descobertas/laços profundos: com o seu ideal pessoal, suas vinculações, aliança, confiança e entrar em movimento no caminho da vida, da existência; torna-se desafiador viver a maternidade em sua plenitude se não desenvolvermos, a experiência de uma filialidade, vivenciada tanto no plano natural como no espiritual.

Afinal, antes de sermos mães, fomos filhas; vimos o processo da maternidade sob outro ângulo; e está é nossa base, nosso guia, no que diz respeito a se sentir seguro a ter apoio; claro que, cada uma viveu de uma maneira a sua infância, desenvolveu a sua relação mãe-filha; por conhecermos como ninguém a nossa bagagem emocional, as nossas experiências e a nossa historia de vida, demos significados diferentes, tratamos com mais apresso ou não determinadas situações, mas vivemos e temos que honrar essa parte da nossa vida/ história.

Assim, temos a oportunidade de demonstrar aos nossos filhos, a filialidade, de entrelaçar e criar caminhos na base de nossos ideais pessoais, das vinculações com as pessoas e situações, de fortalecer nossas alianças com a nossa história de vida, com a nossa fé; de confiar e entrar em movimento nos planos a nos designados.

Gosto muito de representar a nossa vida, por meio de uma árvore, e acredito que a maternidade também pode ser vista dessa maneira. Nas raízes esta o nosso autoconhecimento, a nossa base, nossa historia de vida – antes de ser mãe eu também fui filha- aqui está fortemente ligado tudo o que sou hoje, todas as minhas crenças, minhas virtudes e valores; a maneira como fortaleço a minha vida e a visão que tenho sobre a maternidade.

O tronco é o nosso caminhar, o nosso amadurecimento, nossa doação e abertura para a vida, para o movimento de fazer acontecer; de nos fortalecer na beleza em servir ao amor incondicional, que um filho nos oferece; e a copa, ahhh! essa é o esplendor da beleza, o desprendimento de mim mesma, pelos outros, que nutre, tem paciência e espera os mais belos frutos – seus filhos.

No entanto, a arvore só tem sentido se dela brotar lindos frutos, a qual deve ser cultivada, desenvolvida de forma consciente e corajosa, repleta de atitude e disposição.

Na coluna de hoje, irei trazer em conjunto com a filialidade alguns pontos que podem ser considerados guias para nos auxiliarem nessa tarefa de ser mãe.

Na minha experiência com a maternidade, por muito tempo me senti perdida, deslocada; pois muito queria ser “igual” as demais mães do instagran ( bebês lindos, felizes, sem nenhum problema, noites inteiras dormindo), e me perguntava: Debora, o que estas fazendo de errado? Porque não consegue dormir a noite toda? Só seus filhos tem refluxo?... e assim, ia a sequencia de comparações e questionamentos... até que... veio a luz ( por meio de muito diálogo com meu esposo, estudos), e percebi que cada pessoa é, e representa o que acredita, que todos temos um IDEAL e assim devemos viver.

Ideal não pressupõe algo moldado em que nos devemos “encaixar”. Vivenciar a maternidade, com base no nosso ideal pessoal, requer que percebamos o nosso valor quanto mulher, mãe, que sentimos a forma original de amor, por meio da nossa fé, da nossa experiência de vida.

Que fundamentamos a nossa maternidade, com base, na nossa realidade de sermos autênticas, verdadeiras as nossas escolhas e sentimentos, nos aproximando cada vez mais do nosso SER, da nossa essência enquanto pessoa; nos fortalecendo no processo de autoeducação, despertando os nossos valores, dando pleno sentido a nossa existência, a nossa intuição; despertando a nossa consciência de valor pessoal e autoconfiança; valorizando nossa autoestima e ardorosa consciência da missão de sermos mães.

E assim, tudo ficou mais leve, mais sereno e tranquilo. Quando trouxe para minha consciência que o meu ideal pessoal, meu ideal de mãe, só diz respeito a mim e que cada mulher, criará/terá o seu próprio ideal, formando um elo de união, amor e respeito à maternidade vivenciada por cada SER mulher.

Nas próximas colunas, continuarei a abordar essa temática, sob o viés das vinculações, alianças, confiança e movimento da vida... espero que estejam gostando e reflitam, acreditem que mesmo nesse ano que foi de “pernas pro ar”, em que o cansaço, a exaustão, bateram a sua porta mil vezes.. Você foi, eu fui, a melhor mãe que poderia ter sido... Honrei a minha história, honrei cada minuto junto aos meus filhos e escrevemos o nosso enredo, o nosso ideal de família, com base no amor que compartilhamos diariamente.

Excelente final de ano... e nos encontramos em 2021 com muita energia e luz para deixarmos florescer a essência genuína da maternidade real.




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